Midia, Ads & Digital Business
O novo nome do Facebook
Novo título da “empresa-mãe” do Facebook pode abarcar o metaverso.
Drop the “Facebook”
Não é novidade nenhuma que o Facebook é a marca detentora do Instagram, do WhatsApp e do Oculus. Essa última pode não ser tão conhecida para todos como as outras mas é uma empresa especializada em realidade virtual e games alimentada pela companhia. Em muitos dos casos, algumas empresas presentes no grupo fazem mais sucesso do que a empresa que gere, como é no caso do TikTok. Sim, a ByteDance é a empresa que é dona do TikTok, assim como o Alphabet com o Google e a Microsoft com o LinkedIn. Mas foi sempre assim? Não. A criação, por exemplo, da Alphabet veio só em 2015 e aconteceu para sinalizar ao mercado que a Big Tech era muito mais que um site de buscas. E não podemos esquecer do Snapchat que mudou a marca para Snap Inc. em 2016, no mesmo ano em que começou a se autodenominar uma “empresa de câmeras” e lançou seu primeiro par de óculos para câmeras Spectacles. E o Facebook está seguindo este caminho: nesta semana, rolou a informação de que a rede vai criar uma nova “empresa-mãe”.
“We are a Metaverse Company”
Não é novidade que o Facebook está olhando para o metaverso. Desde julho, quando Mark Zuckerberg deu aquela fatídica entrevista ao The Verge, o FB tem acelerado o pé em criar um ambiente de realidade aumentada para que as pessoas consigam interagir de maneira digital (ou seja, metaverso). O Facebook já está desenvolvendo uma plataforma de realidade virtual social chamada Horizon Worlds, bem como um serviço de reunião de realidade virtual chamado Horizon Workrooms. Nesta semana, eles colocaram um projeto de realidade aumentada para funcionar na área de mensagens do FB. Recentemente, levaram Andrew Bosworth, head de Realidade Aumentada e Realidade Virtual para o cargo de CTO da empresa. Nas últimas semanas, o Facebook (ou futuro ex-Facebook) informou que irá levantar US$ 50 milhões para pesquisas no metaverso, e que também irá contratar 10 mil funcionários no mundo todo apenas para cuidar dessa área. Com isso tudo, não é de se estranhar que uma galera do mercado esteja apostando que o novo nome do FB será ligado ao metaverso. Alguns comentam, inclusive, que o nome da “nave-mãe” será um parecido com Horizon, que é como, internamente, eles já têm chamado o metaverso. Bem, falando como Amy Webb: os sinais estão falando! Para a gente, fica também uma pulga atrás da orelha: será que Zuckerberg está querendo deixar a rede social de lado?
Shop everywhere
OK, talvez a gente tenha sido duro na pergunta, mas o deixar de lado pode significar também “mudar a cara” das redes sociais. O instagram, por exemplo, tem absorvido cada vez mais os conteúdos em vídeo curtos e as lives de seus concorrentes. Neste ano, a rede social de fotos do Facebook também aumentou a sua gama de possibilidades de venda dentro do app, como o teste de uma feature de vendas afiliadas para influenciadores, bem como os stickers para criar correntes entre vários usuários (que nem sempre se seguem) dentro da rede. O WhatsApp também passou por algumas transformações com foco no comércio: criaram as vitrines, no Brasil testaram o botão de pagamentos e ainda criaram catálogos dentro do próprio app, para que negócios consigam vender por ali. O que a gente quer dizer aqui é: com as redes sociais se tornando mais e mais transacionais, e com o FB avançando no metaverso, faz algum sentido dizer que Zuckerberg não está mais tão fã das redes.
2021: uma memória
Aqui vale a pena a gente parar para lembrar um pouco de janeiro deste ano, que parece ter acontecido há, mais ou menos, 20 décadas. De qualquer forma, logo no começo de 2021, o Facebook indicou que mudaria os termos de serviços e a captação de dados do WhatsApp, uma forma de centralizar os dados do app de mensagem na “nave-mãe” Facebook. O aviso foi tão, tão, tão mal visto pelos usuários, que o FB acabou dando para trás e deixando os novos termos para lá. Quem mais se incomodou com isso no começo do ano foram aqueles que tinham deletado seus perfis no Facebook e no Instagram, mas que seguiam usando WhatsApp para falar com a família, amigos e para o trabalho. Para esses usuários, seria errado compartilhar dados com o Facebook, uma vez que eles já tinham escolhido não estar na rede. O que mostra também um pouco da “crise” que o Facebook passa como marca e pode explicar parte da motivação deste rebranding de última hora.
Quando a Maçã também morde…
Falando em história de 2021, não podemos esquecer um outro pequeno-grande fato que machucou a receita do Facebook diretamente: a mudança das regras de compartilhamento de dados do iOS, que passou a funcionar em abril deste ano. Para vocês terem uma ideia do que rolou, apenas observem este gráfico abaixo, publicado pelo Financial Times na semana passada:
Em outras palavras, desde que começou a rodar, a nova política de dados da Apple tirou dólares de ads do Facebook em favor do sistema do Search Ads da App Store. Zuckerberg chegou a falar mal da Maçã, prevendo que isso aconteceria (isso ou melhor, o favorecimento do seu próprio sistema em detrimento dos outros). Não é a toa que, desde abril, o Facebook tem acelerado tanto na questão do metaverso, como também na criação de devices próprios de realidade aumentada.
You gave Mark a bad name
Ah, e, para cobrir todas essas pequenas razões para o rebranding, ainda existe, bem, o fato de que o Facebook não tem estado em bons lençóis quando o assunto é o poder judiciário. Nos Estados Unidos, a rede passa por uma série de processos e investigações que tentam entender o quanto Zuck age para diminuir o poder de sua competição. Tem autoridades norte-americanas que pedem, inclusive, por uma divisão do Facebook. No Brasil, o Facebook pode ser multado por causa da queda dos serviços na semana passada, que impactou diretamente mais da metade das pequenas e médias empresas brasileiras. Ah, isso sem contar nas inúmeras vezes que Mark já foi chamado para dar algum testemunho no congresso norte-americano, seja por causa de fake news, ou para explicar algo do algoritmo do FB.
Ch-ch-changes
Qual é o nome que o Facebook irá escolher? Não sabemos. O que a gente tem certeza é o seguinte: se até o Facebook tem que se reinventar, imagina as outras empresas? Imagina a sua marca?
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