Assistente de voz?! Ok!

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A Bixby, assistente de voz da Samsung chegou ao Brasil nesta semana, com isso, o país entra oficialmente na “guerra dos assistentes”. Uma guerra que, vamos adiantar, não é muito diferente do que está acontecendo no segmento Mobile de maneira geral, já que segue o mesmo princípio: fabricantes e plataformas disputando a preferência do usuário – e o domínio do mercado.

Hi ou Ok?

Primeiro, os fatos. A Samsung tem a Bixby – sua inteligência artificial de voz – desde 2017, mas tem intensificado o investimento no seu potencial mercadológico desde o ano passado. No meio de 2019, eles lançaram uma “loja de aplicativos” interna apenas para a Bixby nos Estados Unidos. Nessa semana, a sul coreana começou a operar oficialmente no português brasileiro, operando nos smartphones da linha S10 e Note10,mas a ideia é que eles cheguem a todos os aparelhos da empresa até o final do ano (um bom momento para lembrar que 45,6% dos smartphones do Brasil são da Samsung). É impossível não pensar no outro assistente de voz que também está embedado no Android – sistema operacional dos celulares da Samsung quando falamos da Bixby. Afinal, qual é o poder da sul-coreana contra o Google Assistant? Tendo em conta que alguns smartphones da Samsung terão um botão físico para ligar a Bixby, acrescentamos a esse argumento a velocidade que será para atualizar o sistema, sendo dono do celular e da plataforma.

Alexa no bloco

Outra que entrou recentemente no Brasil foi a Alexa – e ela já está tão brasileira que já até participou de bloco de carnaval. Mas não é apenas de voz que um assistente é feito, é preciso ter aplicação prática na vida do usuário. Apesar de já ter entrado no mercado com uma quantidade considerável de “skills”, a Amazon segue de olho para ampliar o ecossistema da Alexa no Brasil. Desde o começo de fevereiro, eles lançaram um programa para criação de skills para a assistente de voz no Brasil, nele a empresa de Jeff Bezos oferece prêmios e cursos para aqueles que quiserem criar uma nova atividade em voz. Já que estamos falando (pun intended!!) da Alexa, um indicador saiu recentemente nos Estados Unidos indicando que ela responde por 70% do mercado de smart speakers por lá – o que tem feito uma galera comprar um bracelete anti-Alexa, para evitar ser escutado quando não precisa da assistente.

Who else…?

Não é só de Alexa, Siri e Bixby que vive o mercado de voz, as aplicações para a tecnologia podem ir além. Por aqui no Brasil, além dos bancos e fintechs, a B2W também está investindo em criar seu assistente virtual de voz, para primeiro funcionar como chatbot para informações aos clientes. Nesse sentido, por aqui, a Zenvia comprou a TotalVoice ano passado, também de olho em desenvolver essa interface para uso corporativo. Enquanto isso, nos Estados Unidos, algumas empresas começaram também a olhar para esse ambiente de voz de maneira mais ampla: é o caso da Sonos, fabricante de speakers e smart speakers, que comprou a Snips, startup de assistente de voz por alguns milhões no final do ano passado. O caso dela é interessante, já que os produtos da Sonos já funcionam com os assistentes de voz tradicionais, mas ainda assim, o investimento veio para melhorar os dispositivos de comando de fala.

O que você disse?!

Por que essa corrida afinal?! Começando pela facilidade e a acessibilidade que a interface de voz traz. Por meio dos comandos falados, usuários que tem alguma dificuldade de leitura ou até mesmo de visão podem interagir com os devices (e com as marcas, lógico). A gente sabe que um dos grandes desafios de fintechs brasileiras, por exemplo, é atingir o público não-bancarizado do país, que é de aproximadamente 40 milhões de pessoas; enquanto isso, o Brasil tem 38 milhões de analfabetos funcionais – e não é difícil imaginar que exista interseção entre essas populações. A voz pode ser uma interface e uma forma mais eficiente de se fazer presente para essas pessoas. Esse é um bom momento para mencionar algumas cifras do setor: de acordo com pesquisas mais recentes feitas pela P$S Intelligence, o mercado de assistentes de voz gerou US$ 1,7 bilhões em 2019, e deve gerar US$ 26,872 bilhões até 2030 – sim, um progresso de crescimento de 29,7% por ano daqui até 2030. Já o uso da tecnologia pode chegar até 8 bilhões de acessos no ano até 2023, segundo a Juniper. Tem gente apostando que essa tecnologia vai substituir o teclado em “cinco anos” .

Apps, levantem a voz!

Mas o que acontece quando você não é tem tudo para criar um assistente do zero? Entrar nesse sistema, ué. De acordo com pesquisa da Adobe, 91% das empresas já estão investindo em tecnologia de voz – a maioria delas está no esquema de estar presente nos assistentes que já existem no mercado. No ano passado, quando lançou o iOS13, a Apple abriu o acesso de aplicativos terceiros à Siri, tornando mais fácil a ligação de apps ao sistema de voz. Aqui no Brasil, no entanto, o que estamos vendo são os apps com uma visão bastante holística com relação à essa tecnologia. O Uber, por exemplo, funciona na Bixby, na Alexa e no Google Assistant.. Já o iFood funciona tanto na Alexa quanto no Google Assistant. A questão é, quanto mais assistentes por aí, maior os caminhos para estar presente do lado do usuário.

Go Fast or go Home

E já que no Brasil a voz ainda está logo no começo, quase que aprendendo a falar ainda, não custa nada olhar para outros mercados, só para saber para onde ela pode ir. A resposta está, literalmente, nas ruas. Nos Estados Unidos, o uso de assistentes de voz dentro do carro está crescendo de maneira forte, até mais do que o de smart speakers. Por aqui, alguns carros já vêm com a tecnologia, mas atrelado a outras plataformas – sendo a do Google a mais famosa. Mas quanto tempo demos até a Alexa ou a Bixby também chegarem dentro das quatro rodas?! E o que isso pode significar para apps estarem nos automóveis?!

The Rules and the game

Isso porque, a gente já sabe o que acontece quando uma plataforma vira ganhadora sozinha no domínio de uma interface e de um canal com os usuários. Vira o mesmo princípio da App Store – lógica essa que está sendo contestada por fabricantes, inclusive – onde o dono do assistende de voz controla quem pode ou não estar naquele ambiente. Quanto tempo vai levar até criarem um pedágio e novos walled gardens para a Alexa, ou para a Siri ou para o Google Assistant? Está na hora de se movimentar!

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