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Diga-nos por onde anda…

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No mundo digital e Mobile, as possibilidades para se entender uma audiência são enormes. A Amazon nos mostrou que consegue entender as pessoas pelo que elas compram; o Google indicou que consegue compreender os outros pelo que eles buscam; o Spotify diz que é capaz de te captar a partir do que escuta – e deixa de escutar. A gente do MORSE aposta todas as nossas fichas naquilo que nossas mães já falavam: a chave para interpretar o público está em saber por onde ela anda. 

Que diremos quem és

Quer dizer, a gente do MORSE e mais uma galera, né. Porque pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology conseguiram prever a personalidade de pessoas apenas analisando os dados de movimentação dos seus smartphones. Com consentimento – é lógico – os cientistas tiveram acesso, por uma semana, a informações de uso do celular (como ligações e mensagens), bem como sobre acelerômetro e pedômetro para entender, exatamente, como essas pessoas se movimentavam pela cidade.  “Atividades como a rapidez ou o quanto a gente anda, ou quando a gente atende uma ligação no celular à noite seguem padrões e esses padrões dizem muito sobre o nosso tipo de personalidade”, afirmou Flora Salim, uma das líderes do estudo. 

Que diremos o que sente

Algumas das descobertas desta pesquisa são interessantes: pessoas introvertidas são mais ativas às tardes durante a semana. Enquanto as extrovertidas não têm um padrão claro durante a semana, mas se movimentam mais no final de semana. Para os pesquisadores, tais dados mostram o poder dos smartphones em entender a psique das pessoas. Falando nisso, algumas fintechs já tem utilizado a análise de atividades do smartphone para ajudar a pontuação de crédito de seus clientes – já que o comportamento mostrado pelo celular consegue indicar qual a real capacidade de pagamento dos usuários. 

Que diremos a que pode assistir

Sabe quem mais está de olho nas informações de deslocamento dos celulares? O Netflix. Alguns usuários norte-americanos notaram que o aplicativo do streaming de filmes e séries começou a pedir acesso para as informações do acelerômetro e do pedômetro. Segundo a empresa, eles estão testando usar os dados de movimentação para “ver como que podemos melhorar a qualidade da exibição quando o usuário está em movimento”. Imagina se eles conseguem usar essas informações para enriquecer as personalizações que já têm? 

Que diremos o que sua cidade precisa

Quando a gente amplia esse uso de informações para a esfera pública, as possibilidades de retorno se tornam ainda mais ricas. Na esfera do marketing, o Mobile com entendimento da geolocalização é uma chave importante para alavancar o “place branding”: é possível entender qual tipo de público vai a cada ponto turístico da cidade, o que pode alavancar a ‘marca’ do local.  Ainda tem a parte de infra. Pesquisadores do Future Cities Laboratory de Cingapura estão combinando a informação vinda de celulares com a geolocalização para entender como os Governos podem prover melhor infraestrutura para os cidadãos. Eles utilizaram o Senegal como um caso de estudo – lá apenas 24% das casas têm eletricidades, mas 75% da população possui celular. Ao entender o mapa de uso dos devices, eles conseguiram entender quais são as regiões que mais precisam de eletricidade.

Que diremos como construir a melhor infraestrutura

Por ser uma verdadeira antena para os hábitos, o celular é capaz de mostrar o consumo de energia da população, dados que, de acordo com Hadrian Salat, o responsável por essa análise toda, nem mesmo pesquisas populacionais conseguem captar direito. Pensando em obras para criar uma rede elétrica que estão longe de ser baratas, informações precisas sobre o uso de eletricidade podem ser um diferencial. Tal tipo de uso de dados de mobilidade também são cruciais para o segmento de transporte – afinal, compreender o caminho que os usuários tomam todos os dias pode fazer com que cidades invistam em obras nos pontos certos da cidade – ou até empresas criem estradas nas localidades onde impactarão mais pessoas. 

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