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A era da Criatividade Aumentada

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Feriado rolando e as ideias não param de aparecer: qual série maratonar, qual restaurante pedir no iFood, quais playlists ouvir ou quais podcasts escutar (na dúvida vai de MorseCast #comercialpróprio), por aí vai. Agora responda com sinceridade: quanto tempo faz que você escolhe isso tudo que comentamos sem utilizar um aplicativo para te auxiliar? Isso não é uma crítica, na verdade é um grandessíssimo elogio aos smartphones que se tornaram aliados da nossa criatividade a ponto de ampliá-la.

10 milhões em um dia!

A história aqui começa em 1923, quando um animador (profissão que, vejam bem, nem existia direito na época) criou um curta baseado no livro “Alice no País das Maravilhas”. Uns 15 anos depois, este mesmo animador, já dono de uma pequena produtora, foi responsável pelo longa-metragem de maior bilheteria da época, “Branca de Neve e os Sete Anões”. É difícil falar de criatividade e não citar Walt Disney, não é mesmo? Nessa semana a produtora criada por Walt estreou seu serviço de streaming nos Estados Unidos. Já no primeiro dia, houve um pequeno choque – até mesmo para a Disney: 10 milhões de assinantes! O que trouxe alguns problemas de rede na hora do lançamento.  Mas isso fica para um outro MORSE. O que fica para esse é: a Disney colocou grande parte de seus filmes mais antigos no acervo, alguns vem até mesmo com uma indicação de que “contém representações culturais desatualizadas”, imagina o que isso vai trazer em bagagem para a gente? Ter acesso a esse tipo de produto cultural de outras décadas é só a ponta do iceberg do que um bom streaming de filmes e séries pode fazer, a Netflix que o diga. Em menos de 7 anos, eles passaram de ser um espaço que só tem filmes para uma produtora de novas séries. E, com dados e mais dados, conseguiram criar conexões culturais entre países! Ou vai dizer que você sabia do que se tratava “Bella Ciao” – uma música do final do século 19 – ou gostava de séries espanholas antes de vê-la ali indicados na tela principal do Netflix? Agora imagine o que a Disney pode fazer…

Data Voice

Do filme para o áudio: nesta semana a Canalys indicou que o mercado global de smart speakers cresceu 45% no terceiro trimestre, chegando a 28,6 milhões de unidades! A Amazon tem “só” 36,6% deste mercado – e teve alta de 65,9% nas vendas dos aparelhos, e ela está se movimentando para tornar a Alexa cada vez mais contextual. A previsão é que, nos próximos cinco anos, a Alexa se torne cada vez mais preditiva e proativa – pelo menos é a ideia do VP da Amazon e Head Scientist da Alexa, Rohit Prasad. Segundo Prasad, o objetivo inicial é fazer a Alexa “planejar” toda uma noite para um casal: comprar o ingresso do filme, pedir o Uber e reservar o jantar. Tudo isso sem que as pessoas precisem pedir cada passo. Como? A partir de análise preditiva de comportamento: as redes neurais do software da Alexa são capazes de entender que, em certas localidades, casais parecidos vão mais a um restaurante específico depois do cinema. E, tadã, a mágica da previsão é feita. Para isso, a Amazon está expandindo a sua linha de hardware, afinal, precisa de sensores para captar isso tudo e levá-los ao sistema da Alexa. Mas, vejam bem, isso é algo que os celulares e aplicativos já podem fazer – ou pelo menos parte desse trabalho, de indicar restaurantes e filmes a partir dos hábitos. Para a gente, fica a sensação de que não só há a chance de economizar tempo, como também a oportunidade de conhecer lugares novos.

Saúde!

Ok, tudo que a gente falou até agora: Disney usando dados para criar novos filmes e a Alexa planejando um date irão acontecer num futuro próximo. Mas e o que está rolando agora? A rede de farmácias norte-americana CVS nos mostra: um indicador de resfriado. Ligado ao app do Weather Channel, o serviço avisa os usuários – a partir de análise de geolocalização, previsão do tempo e perfil comportamental – quando eles estão mais expostos a pegar um resfriado. Pode parecer pequeno, mas é uma grande expansão da nossa capacidade de entender o mundo – e de se relacionar com ele. E isso, no final das contas, é criatividade. 

Jejum de Informação

A gente até já cansou de falar que estamos na era da informação. Também não aguentamos mais ler sobre a quantidade de gigabytes, terabytes, terabytes, exabytes e afins que são gerados por dia no mundo. Parece mesmo que estamos afogando em dados, é muita notícia, muitos filmes lançados, poxa, só nos acervos de streamings – que falamos aqui – tem tanta opção que não é incomum ficarmos mais tempo pesquisando do que, de fato, assistindo. É tanto que tem um pessoal nos Estados Unidos que está promovendo um “jejum de dopamina, ou seja, um período em que a pessoa fica completamente afastada de todos os estímulos (todos mesmo, desde telas de celular até som e cheiro). Não precisamos chegar a tanto e é aí que entra o poder da inteligência artificial entendendo os nossos dados comportamentais. Mais do que algoritmos “anônimos”, são formas personalizadas de não só nos ajudar a navegar por esse mar crescente de dados, mas nos dar o controle do navio.

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