Ghost Interview
GHOST INTERVIEW #26 | Happn: the Geolocation Crush!!!!
Uma semana depois do dia dos namorados, a ressaca bateu forte. Inspirados pelos nossos conterrâneos, e por essa pesquisa do Deezer que indica que 70% dos brasileiros descobrem novos artistas e mudam de gosto musical depois de um pé na bunda, resolvemos mudar de ares. Fomos para Paris. Ou quase…. O mais perto que chegamos da capital francesa foi essa Ghost Interview com Didier Rappaport, o CEO e fundador do app de encontros, Happn.
Para quem está desligado do mundo dos apps de namoro, o Happn é o segundo maior do mundo do segmento, com 65 milhões de usuários espalhados em 50 cidades por aí – sendo 7,5 milhões apenas aqui no Brasil. Desde sua criação em 2014, o app tem usado dados (principalmente de localização) para se diferenciar do Tinder, o seu principal concorrente. Só isso já daria uma boa conversa para a Ghost, mas acrescentamos que Rappaport é um ponto fora da curva no assunto “CEOs de startups Mobile”: além de ser francês – ou seja, a quilômetros do Vale do Silício ou de Seattle, ele tinha 59 anos de idade quando fundou o Happn! Quer saber mais?! Dá uma lida:
Localizando a alma gêmea
Sou um empreendedor muito jovem de 62 anos [hoje ele tem 64 anos!]. Já tive duas carreiras: trabalhei como um comerciante internacional de tecidos por quase metade da minha vida profissional. Mas quando eu presenciei a chegada da internet no mundo, lá nos anos 90, eu me tornei completamente obcecado. Eu decidi mudar para o espaço digital. Vendi a minha fatia na empresa que estava trabalhando na época e gastei uns dois ou três anos em casa, estudando como a web funcionava. Desde então, eu ajudei a desenvolver um bom número de companhias digitais. Fui um dos três fundadores do Dailymotion, que vendemos em 2011. Eu, eventualmente, iniciei o Happn em 2013, mas ele foi lançado como produto em 2014.
Antes de criar o Happn, a gente começou a perguntar para as pessoas do que elas não gostavam nos aplicativos de namoro. Eles nos falaram que os que existiam ainda eram muito virtuais, enganosos e demorados. Havia um sentimento de insatisfação generalizado. Queríamos trazer o mundo real para esse espaço do namoro online, mas era difícil levar esse conceito para o produto. Então chegamos na ideia de combinar informações de localização com interação em tempo real.
Quando as pessoas usam Happn, é um reflexo da vida real: você abre o aplicativo e sua timeline mostra pessoas que estão, no momento, a sua volta. Não é enganação, porque você só vê quem tem o app e está no seu raio. A geolocalização torna difícil a criação de perfis fakes.
(Entrevista ao The Telegraph, em 9 de janeiro de 2017)
Não acreditamos que só porque duas pessoas gostam do mesmo filme, elas vão se apaixonar. Nosso sistema é mais baseado em outras centenas de dados, como os lugares que você vai, a maneira com que você cruza a cidade. Temos todos os dias milhões de Itens. O algoritmo consegue fazer a correlação sem nenhuma declaração [de hobbies].
(Entrevista ao Business Insider em 14 de abril de 2017)
Quando você está no Happn, você está na vida real porque as pessoas estão ao seu redor. E com eles você já compartilha, sem saber, muitas coisas. Se você abrir o aplicativo em um museu, você compartilha com as pessoas ao seu redor o amor ou um apetite pela arte. Podemos dizer que conhecemos essa pessoa “na vida real”. Nossas parcerias e funcionalidades com o Spotify, por exemplo, traz mais uma camada de entendimento. Para o usuário, significa que ele pode começar a conversa com o “crush” diferente. No lugar do banal “como você está?” Por que não começar a discussão com uma música?
(Entrevista à revista Forbes francesa em 2 de junho de 2017)
Em 2013, alguns sites de relacionamento e poucos apps já existiam, mas a experiência promovida por eles era virtual demais, consumia muito tempo e a combinação de pessoal era baseada em interesses e preferências mútuas. O Happn surgiu com o pensamento de que nós estamos o tempo todo cercados de pessoas interessantes na vida real, mas talvez não tenhamos a chance de conversar com elas.
As pessoas que vão aos mesmos lugares têm maior probabilidade de ter o mesmo estilo ou preferências que você. Por exemplo: se você vai a uma academia, show, evento esportivo ou bar, você pode encontrar pessoas no mesmo lugar e imediatamente ter algo em comum com ela. Com o mapa do Happn, nós vamos além em nossa promessa ao separar as dimensões do tempo e espaço; porque o tempo voa, mas os lugares permanecem parados.
(Entrevista ao G1 em 16 de junho de 2018)
A gente queria sair do conceito de “shopping online de humanos” que outros aplicativos e sites de namoro oferecem. Não é ético e não é respeitoso com os usuários. Se duas pessoas moram na mesma região, é muito provável terão hábitos parecidos de vida; se trabalham em espaços parecidos, é ainda mais possível que tenham empregos similares. Tempo e espaço, juntos, são um filtro duplo que provam que as pessoas têm algo em comum, uma conexão.
(Entrevista à revista European CEO, em 7 de março de 2019)
A AI vai mudar tudo, hoje em dia temos tantos dados para processar que é muito difícil entender o mundo em que vivemos. Então, apenas analisando todos esses dados é como podemos ver a capacidade das pessoas para alcançar o sucesso quando se encontram com alguém. Isso, no entanto, não significa que vamos ter certeza que a pessoa vai se apaixonar por outra, qualquer aplicativo que diga isso está mentindo, porque o amor não é algo que podemos planejar. A gente tenta usar a tecnologia para reforçar a probabilidade de que o encontro seja certo.
(Entrevista ao jornal Clarin em 8 de junho de 2018)
O aplicativo não decide nada por você. Você tem o controle. É como acontece na vida real. Você vai em um bar, vê várias pessoas e uma delas pode ser mais compatível com você. Com a tecnologia é a mesma coisa, mas tem a vantagem de as pessoas terem acesso antecipado a um mínimo de informações, como fotos e a descrição. Ele não mostra um perfil e diz que ele é o melhor para você. Ele mostra várias pessoas e você decide entre elas.
(Entrevista ao UOL Tecnologia em 2 de maio de 2019)
Sou um empreendedor muito jovem de 62 anos [hoje ele tem 64 anos!]. Já tive duas carreiras: trabalhei como um comerciante internacional de tecidos por quase metade da minha vida profissional. Mas quando eu presenciei a chegada da internet no mundo, lá nos anos 90, eu me tornei completamente obcecado. Eu decidi mudar para o espaço digital. Vendi a minha fatia na empresa que estava trabalhando na época e gastei uns dois ou três anos em casa, estudando como a web funcionava. Desde então, eu ajudei a desenvolver um bom número de companhias digitais. Fui um dos três fundadores do Dailymotion, que vendemos em 2011. Eu, eventualmente, iniciei o Happn em 2013, mas ele foi lançado como produto em 2014.
Antes de criar o Happn, a gente começou a perguntar para as pessoas do que elas não gostavam nos aplicativos de namoro. Eles nos falaram que os que existiam ainda eram muito virtuais, enganosos e demorados. Havia uma sentimento de insatisfação generalizado. Queríamos trazer o mundo real para esse espaço do namoro online, mas era difícil levar esse conceito para o produto. Então chegamos na ideia de combinar informações de localização com interação em tempo real.
Quando as pessoas usam Happn, é um reflexo da vida real: você abre o aplicativo e sua timeline mostra pessoas que estão, no momento, a sua volta. Não é enganação, porque você só vê quem tem o app e está no seu raio. A geolocalização torna difícil a criação de perfis fakes.
(Entrevista ao The Telegraph, em 9 de janeiro de 2017)
Não acreditamos que só porque duas pessoas gostam do mesmo filme, elas vão se apaixonar. Nosso sistema é mais baseado em outras centenas de dados, como os lugares que você vai, a maneira com que você cruza a cidade. Temos todos os dias milhões de ítens. O algoritmo consegue fazer a correlação sem nenhuma declaração [de hobbies].
(Entrevista ao Business Insider em 14 de abril de 2017)
Quando você está no Happn, você está na vida real porque as pessoas estão ao seu redor. E com eles você já compartilha, sem saber, muitas coisas. Se você abrir o aplicativo em um museu, você compartilha com as pessoas ao seu redor o amor ou um apetite pela arte. Podemos dizer que conhecemos essa pessoa “na vida real”. Nossas parcerias e funcionalidades com o Spotify, por exemplo, traz mais uma camada de entendimento. Para o usuário, significa que ele pode começar a conversa com o “crush” diferente. No lugar do banal “como você está?” Por que não começar a discussão com uma música?
(Entrevista à revista Forbes francesa em 2 de junho de 2017)
Em 2013, alguns sites de relacionamento e poucos apps já existiam, mas a experiência promovida por eles era virtual demais, consumia muito tempo e a combinação de pessoal era baseada em interesses e preferências mútuas. O Happn surgiu com o pensamento de que nós estamos o tempo todo cercados de pessoas interessantes na vida real, mas talvez não tenhamos a chance de conversar com elas.
As pessoas que vão aos mesmos lugares têm maior probabilidade de ter o mesmo estilo ou preferências que você. Por exemplo: se você vai a uma academia, show, evento esportivo ou bar, você pode encontrar pessoas no mesmo lugar e imediatamente ter algo em comum com ela. Com o mapa do Happn, nós vamos além em nossa promessa ao separar as dimensões do tempo e espaço; porque o tempo voa, mas os lugares permanecem parados.
(Entrevista ao G1 em 16 de junho de 2018)
A gente queria sair do conceito de “shopping online de humanos” que outros aplicativos e sites de namoro oferecem. Não é ético e não é respeitoso com os usuários. Se duas pessoas moram na mesma região, é muito provável terão hábitos parecidos de vida; se trabalham em espaços parecidos, é ainda mais possível que tenham empregos similares. Tempo e espaço, juntos, são um filtro duplo que provam que as pessoas têm algo em comum, uma conexão.
(Entrevista à revista European CEO, em 7 de março de 2019)
A AI vai mudar tudo, hoje em dia temos tantos dados para processar que é muito difícil entender o mundo em que vivemos. Então, apenas analisando todos esses dados é como podemos ver a capacidade das pessoas para alcançar o sucesso quando se encontram com alguém. Isso, no entanto, não significa que vamos ter certeza que a pessoa vai se apaixonar por outra, qualquer aplicativo que diga isso está mentindo, porque o amor não é algo que podemos planejar. A gente tenta usar a tecnologia para reforçar a probabilidade de que o encontro seja certo.
(Entrevista ao jornal Clarin em 8 de junho de 2018)
O aplicativo não decide nada por você. Você tem o controle. É como acontece na vida real. Você vai em um bar, vê várias pessoas e uma delas pode ser mais compatível com você. Com a tecnologia é a mesma coisa, mas tem a vantagem de as pessoas terem acesso antecipado a um mínimo de informações, como fotos e a descrição. Ele não mostra um perfil e diz que ele é o melhor para você. Ele mostra várias pessoas e você decide entre elas.
(Entrevista ao UOL Tecnologia em 2 de maio de 2019)
Primeiro, devo dizer que não vemos isso como uma ameaça, mas como algo bom. Descobrir as pessoas que cruzaram caminho com o usuário sempre esteve no DNA da Happn…. Então estamos lisonjeados que o Tinder quer incluir a mesma feature no seu produto. No entanto, nós nunca iremos usar o ‘swipe’ [botão do Tinder de aceitar ou não um perfil] no nosso produto. Ele transforma o usuário em produto, em objeto.