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Reação em cadeia (alimentar)!!!!

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Quando uma borboleta pousa em um celular em São Paulo, um furacão acontece na Bahia. Troque borboleta por “aplicativos de delivery” e furacão por “mudança em toda uma cadeia de produção” e, pronto, você tem o MORSE de hoje. E, de quebra, tem um pouco de entendimento sobre o mercado Mobile, em que nada, absolutamente nada é disruptivo sozinho.

Prato cheio

Números falam muito. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), os apps de delivery movimentaram R$ 11 bilhões em 2018 – e em 2019, já estão ultrapassando os R$ 1 bilhão por mês. Ainda segundo a Abrasel, tais serviços online de entrega de comida cresceram 80% no ano passado. A expectativa é que até 2024, esses meios digitais de pedir pratos – principalmente o Mobile – irão substituir 100% os meios tradicionais. Ou seja, em 2024, não espere mais ligar para o seu restaurante favorito para encomendar comida, ele provavelmente atenderá em algum app. 

Give me chips, please!

Na prática, esses números significam que a tendência dos restaurantes se tornarem virtuais, até mesmo tendo áreas e com pessoal apenas voltado para entrega deve continuar. Até mesmo grandes cadeias devem ser afetadas pela onda: só em 2019, o Spoleto já tem 20% da sua receita vindo diretamente de delivery por apps. Por isso que queremos dar um exemplo mais prático, falando da tecnologia mais disruptiva, democrática e acessível que a gente conhece: a batata-frita. Isso mesmo, aquelas delícias douradas que deveriam ser chamadas de Nobel da Paz dos alimentos pois agradam gregos, troianos, veganos, vegetarianos e onívoros. No começo da semana a McCain lançou no Brasil um tipo de batata-frita que consegue resistir a entregas – segundo a empresa, o aperitivo continua crocante e quentinho mesmo depois de meia hora. Um detalhe:  a marca fechou uma parceria com a Rappi para embarcar no mercado brasileiro, o terceiro país que ela chega inclusive. 

Uma das tendências mais fortes do momento é a conveniência. As pessoas querem praticidade e rapidez, e consequentemente o delivery de comida pega carona. Mas o consumidor também não quer uma experiência ruim. Não é porque ele vai comer em casa que topa comer mal. A exigência desse consumidor também está crescendo”, disse Victoria Gabrielli, diretora de marketing da McCain à Exame. Para a gente fica marcado o fato de que o mercado de entrega de comida já está tão consolidado no Brasil que já está ele mesmo fazendo seus pedidos, de produtos mais especializados. 

Super-poderes

Se o restaurante que é apenas uma cozinha já é algo que existe, imagina um mercado que é apenas um estoque? Para o presidente da Associação Paulista de Supermercados, Ronaldo Santos, esse pode ser o futuro de uma parte do setor. É um cenário que já está se pintando: lá no começo do ano, o Carrefour Express fechou parceria com o Rappi. Em poucos meses, a empresa já sentiu o impacto a ponto de aumentar o número de geladeiras em algumas lojas de São Paulo – nelas, eles deixam cervejas, águas e refrigerantes. “Percebemos uma demanda muito grande por essa categoria”, afirmou Paula Cardoso, diretora do Carrefour eBusiness. Acha pouco? Em julho, o iFood começou a fazer testes de entrega em supermercados em São Paulo – nada mal para a empresa que tem 86% do market share dos aplicativos de entrega no Brasil.

Dark Malls and Revelations

Com mercados e restaurantes na jogada, a demanda logística começa a pressionar um setor que não olhava para o assunto dessa forma. Se antes um mercado de bairro ou um restaurante pequeno se preparava para atender os usuários da região, agora precisam atender pessoas que moram a 5,6,10 quilômetros de distância. A audiência se expandiu, e pede um tipo de agilidade digna de Amazon. Com isso em mente novos negócios têm sido fundados, como é o caso da Delivery Center, que cria verdadeiros centros de distribuição em áreas ociosas de shoppings. Para os restaurantes e lojas, fica a eficiência de ter um espaço para motoboys e para organizar as entregas, para os shoppings é uma forma de ganhar dinheiro com as áreas vazias e para os usuários ficam mais e mais opções de compras – e de entregas mais rápidas – em alguns casos, até 15 minutos mais rápida!

O que o futuro nos guarda?

Esse é o negócio de disrupção: ela chega para todos, pequenos ou grandes. Para quem não tem o poder de fogo de um Carrefour, ou não está num shopping, a saída é utilizar a inteligência. No caso é a inteligência de dados mesmo. Com os aplicativos, é possível entender o volume de pedidos, os horários e, principalmente, para quais lugares eles vão. Se der para cruzar essas informações, até mesmo uma padaria pequena conseguiria deixar o seu estoque mais inteligente. Sem contar nas inúmeras possibilidades de food trucks especializados: por que não um caminhão de gelo e carvão, que fica itinerante nos bairros que mais pedem os produtos para o churrasco de final de semana? Ou um food truck de lanches que se movimenta para bairros residenciais exatamente nos dias em que séries estreiam no Netflix?! Um restaurante digital que só tem comidas de festa junina, e que abre somente na época das festas e do frio, perto de lugares que não têm proximidade com quermesses grandes? As possibilidades são infinitas!

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